Acredito
que as pessoas estejam interessadas em política, pelo menos é isso que tenho
vivenciado durante os dois mandatos de vereador em Porto Alegre e como
Presidente da Câmara de Vereadores. Tenho acompanhado mobilização em
causas específicas: ciclistas lutando por ciclovias, comunidades participando
ativamente das demandas do orçamento participativo, associações de bairros se
organizando e debatendo os problemas locais.
Da
mesma forma percebo que o Governo está proporcionando espaços de participação
como o Congresso das Cidades e a consulta do Pontal do Estaleiro. Observo
ainda que na internet em geral, sobretudo nas redes sociais, as pessoas
engajam-se em várias causas, inclusive nas políticas como a repercussão do
julgamento do mensalão.
Por isso, não compartilho a idéia de que a política no Brasil não tem
jeito, não concordo que os brasileiros não se interessam por política ou mesmo
que são ingênuos. Talvez o conceito de política utilizado para justificar a desmobilização
esteja equivocado.
Partindo
da lógica que política constitui-se na participação dos cidadãos nas causas
públicas, chego à conclusão que as pessoas estão desmotivadas sim com a
política partidária, o que em uma democracia representativa é muito perigoso.
Contudo, é fácil compreender este fenômeno. Cada vez mais recebemos
notícias de coligações ideológicas no mínimo estranhas e de escândalos
envolvendo políticos de todos os partidos. Por essa razão é importante
contextualizar que é no campo ideológico onde estão os primeiros sintomas de
crise das organizações partidárias. Os partidos políticos necessitam acompanhar
o ritmo acelerado com que as transformações sociais ocorrem.
Vejo
que a população está cada vez mais informada; não é à toa que passa boa parte
do tempo pesquisando na internet. E esse comportamento contribui para
tornarem-se mais exigentes na avaliação de propostas e de conteúdo.
Acompanho
isso com entusiasmo, entretanto defendo que os líderes partidários terão de
refazer as estruturas de seus partidos, buscando aproximação com as pessoas e
com as demandas sociais. Buscaremos incansavelmente isso no PDT. Essa é uma
missão de cada líder partidário, de cada candidato, de cada representante
eleito, ou seja, fazer política conectando-se ao sentimento e necessidade das
pessoas, baseando suas ações em propostas viáveis e consistentes e não em
promessas absurdas.
É por
isso que nossa relação com os cidadãos é sólida, construída com as pessoas, a
partir da confiança dos eleitores e do respeito que conquistamos em Porto
Alegre. Quem conhece nosso projeto verá no comprometimento com a educação nossa
principal bandeira, pois nós do PDT temos muita convicção nesse ponto.
Dentre os projetos que defendi, tenho orgulho de ter sido autor da primeira lei
no RS de prevenção a violência e ao Bullying e de ter lutado sempre
em defesa da educação de qualidade. Fazemos política assim, com propostas
e muito trabalho.
E para
continuarmos com sucesso nessa caminhada queremos estreitar os laços com os
cidadãos e aproveitar a interatividade dos canais digitais de comunicação para
apresentarmos nossas ideias e projetos políticos e, sobretudo, criarmos um
espaço que promova a conscientização política através do diálogo.
Mauro, é exatamente esse o ponto. Ainda que as pessoas não saibam, fazem política diariamente.
ResponderExcluirBasta um simples "click" no facebook para ver a galera protestando contra a violência infantil, pedindo mais carinho aos animais, falando das suas dificuldades do dia a dia. Ora, isso não é nada mais do q a arte de "fazer política".
Talves falte as instituições e partidos perceberem que as redes sociais alteraram profundamente a forma de comunicação das pessoas e dialogar com os cidadãos também via digital, mas isto é um longo papo q podemos deixar pra outro momento.
Muito legal esse teu texto, parabéns!!!
Concordo plenamente com a discussão proposta e também penso que tudo o que fazemos no nosso dia a dia está ligado à política. Infelizmente as pessoas só se preocupam quando estão focadas nos seu interesse pessoal imediato, é o que as motiva, eventualmente, a participar ou se engajar nesse debate. Não percebem o quão profundo e necessário é estar protagonizando essa discussão. É na eleição, com o nosso voto - aliás a arma mais poderosa que coletivamente dispomos - que podemos mudar a realidade política do nosso país. E é pela valorização do nosso voto no âmbito municipal que esse processo começa, já que depois, são prefeitos e vereadores que irão estar envolvidos com suas bases nas campanhas estaduais e federais, onde, sim, ai com parlamentares comprometidos com as nossas causas, teremos a chance de ter um Brasil mais justo, social e economicamente.
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