Acompanho manifestações apontando para
necessidade de ampliação de investimentos em educação, mas não consigo
iniciar qualquer espécie de debate sem imediatamente pensar na primeira etapa
da educação: a Educação Infantil.
Nesse ponto temos de avançar rapidamente e aqui
compartilho da ideia de revolução da educação do Senador Cristóvão
Buarque. Para o Senador é preciso radicalizar os métodos de
universalização da Educação Infantil abandonando projetos lineares e
implementando com rapidez alguns pontos essenciais como: abrir
editais para “professores gestores”, construir escolas de Educação Infantil
federais e municipais, revisar conteúdos e estimular crianças para seu
desenvolvimento completo.
Neste contexto penso
que devemos equilibrar o ponto de partida das novas
gerações, oportunizando a todas crianças a matrícula em escolas de Educação
Infantil capazes de acolher, cuidar e educar todos de forma adequada.
Ressalto que muitos estudos vinculados à
neurociência comprovam que é nesta etapa da vida das crianças que as mesmas
desenvolvem sua capacidade congnitiva, estimuladas por atividades pedagógicas e
pelo relacionamento com outras crianças, com adultos e com o mundo. Em um
modelo social no qual os pais estão cada vez menos presentes na vida de seus
filhos, trabalhando e desenvolvendo atividades para o sustento da
família, a escola de Educação Infantil ganha extrema relevância.
A lei brasileira define a Educação
Infantil como ação complementar à ação da família e da comunidade. Porém,
a realidade brasileira demonstra desigualdades entre experiências e
oportunidades durante a infância.[1]
O Governo Federal, em 1996, através da lei n°
9394/96 (LDBEN) estabeleceu a competência de oferta de educação para crianças
de 0 (zero) a 6 (seis) anos de idade imputando aos Municípios a obrigação de
administrar, orientar, supervisionar e fiscalizar todas as instituições que
atendem exclusivamente a Educação Infantil.
O Município de Porto Alegre através deste
governo está progredindo e ampliando o número de vagas na etapa da
Educação Infantil. Fato comprovado pela construção de 49
novas instituições de Educação Infantil comunitárias, pela ampliação
do número e abrangência de convênios com instituições do terceiro setor e pela
celebração de parcerias com empresários para construção de novas creches
como é o caso da Escola de educação infantil Vó Belinha construída pela
Associação do Aço e entregue para a comunidade.
Ainda estão em processo de construção mais 14
novas instituições com recursos do PAC (Governo Federal)
através de projetos da Secretaria Municipal de Educação de Porto
Alegre. O número de crianças atendidas pela Prefeitura
hoje ultrapassa o número de 19 mil crianças e grande parte delas em
turno integral conforme dados extraídos do SIE (Sistema de informações
educacionais).
Mas não existe mágica. O crescimento da
demanda por vagas para Educação Infantil é enorme. Assim, temos que
partir para ações conjuntas entre União, Munícipio e Estado,
provocando ações radicais, revisando o pacto federativo, reformando a
distribuição dos tributos, ampliando o aporte de recursos
financeiros em Educação Infantil para os Municípios e dividindo
prerrogativas com a União.
Temos que
reavaliar urgentemente o sistema para que possamos proporcionar a todas
crianças oportunidades iguais de desenvolvimento pleno, para que
assim no futuro possam construir e implementar projetos de vida.
[1] SUSIN, Maria Otília Kroeff. A
educação infantil em Porto Alegre: um estudo das creches comunitárias. Mestrado
(Dissertação) – Porto Alegre. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2005
Educação infantil deveria ser a prioridade das prioridades. Nessa época das eleições o que mais escutamos são os candidatos falarem q vão melhorar a educação, bla bla bla... mas qdo se vai tratar do tema mais a fundo se percebe que eles não tem a menor noção da complexidade do tema, financiamento da educação, cuidar x educar, etc.
ResponderExcluirComo se pode notar nesse teu pequeno texto, vc Mauro é um conhecedor do tema e que merece todo nosso respeito.
Parabéns meu vereador #maurozacher12180
Um grande abraço.
Conrado