segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Revisão do Código de Posturas de Porto Alegre



O cotidiano em uma metrópole como Porto Alegre apresenta inúmeras formas de convivência. Encontros e desencontros entre diferentes pessoas, entre diferentes classes sociais, entre diferentes formas de viver e observar a vida, e isso conforme o antropólogo Roberto DaMatta exige regras de convivência igualitárias, com leis que sejam respeitadas por todos. 

É preciso contemplar o contraditório, o antagônico e o complementar em uma realidade que se traduz a partir da busca pela concretização de desejos coletivos e individuais; pelo caos no trânsito;  pela velocidade e intensidade, e muitas vezes pela violência e criminalidade. Tendo em vista este contexto,  as relações cotidianas necessitam ser repensadas e isso não poderá ser feito apenas pelo estado ou isoladamente por qualquer instituição pública.

O poder legislativo municipal não pode eximir-se dessa importante questão, afinal de contas é na cidade que as relações se estabelecem e estas necessitam de regras. Fomentar este debate através da revisão do código de posturas de Porto Alegre torna-se fundamental. 

Assim logo ao assumir a presidência da câmara de vereadores e consciente de que não se pode pensar a cidade sem consultar a sociedade, sem construir alternativas e sem desenvolver processos nos quais as pessoas lutem por seus direitos, desde que respeitem e exerçam igualmente seus deveres, coloquei em prática as primeiras ações visando reformular o Código de Posturas da Cidade. 

É inevitável que regras disciplinem certas práticas, que estipulem obrigações e que sejam recebidas pelos cidadãos como algo que almeja o avanço na qualidade de vida da cidade e do bem comum. Com este objetivo, para iniciar o debate em torno da necessária revisão do Código de Posturas da Cidade, convidamos um dos maiores antropólogos do país para uma apresentação na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

O resultado foi extremamente positivo. Trazendo ao debate questões pertinentes à igualdade, à liberdade e à democracia, Roberto DaMatta expôs com muita propriedade a necessidade do respeito às normas de convivência e construção de valores republicanos nos quais os cidadãos de forma igualitária relacionam-se na cidade em movimento.

DaMatta demonstrou com muita clareza que a cidade necessita estimular a saúde cidadã e que isso só poderá acontecer através de uma mudança cultural. Não temos como pensar o desenvolvimento da cidade sem pensar nos cidadãos, sem que os mesmos saibam seus direitos e deveres e coloquem em prática no cotidiano da cidade.

Conviver com o outro, comportar-se bem em um enorme engarrafamento, respeitar o ciclista, separar o lixo, não despejar óleo de cozinha na privada, cuidar da calçada, não jogar lixo pela janela do carro, respeitar as filas, prestar socorro ao próximo, ajudar, estender a mão, agradecer e parabenizar o outro; tudo isso parece familiar?

Penso que através deste processo possamos estimular a solidariedade nas relações. Em um dia a dia intenso, de muito trabalho, algumas destas atividades básicas e saudáveis para convivência democrática dos cidadãos são esquecidas. Por isso a intenção de revisar o Código de Posturas é despertar a conscientização sobre os conceitos de igualdade e liberdade para os cidadãos, tratando este tema como um compromisso com a democracia.

Um comentário:

  1. A mudança para um mundo melhor depende prioritariamente de cada um de nós.
    O poder público deve fazer sua parte, realizando projetos e ações, o legislativo editando leis atualizadas que facilitem a vida das pessoas, e nós, cidadãos devemos cada vez mais cuidar de nossa cidade, dos nossos amigos, dos nossos conterrâneos.
    Esse novo código de postura vai ser um paradigna no ordenamento jurídico, sendo uma das leis mais atuais e eficientes.
    Parabéns Mauro
    Um grande Abraço
    Conrado

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